Pular para o conteúdo principal

Huldra


É uma criatura sedutora segundo o folclore escandinavo, seu nome deriva da língua norueguesa que significa “coberto” ou “segredo”. Já os nomes Skogsrå ou Skogsfru (Espírito da Floresta) ou Tallemaja (Mary Pinheiro) estão de acordo com o folclore sueco, é um ser mitológico que vem da floresta e que normalmente é do sexo feminino.

Vistas de frente, quando estão nuas, as huldras possuem um rosto extraordinariamente belo, mas quando vistas de costas, nota-se um buraco em suas costas que se assemelha com o buraco no tronco de uma antiga árvore. Além disso possuem cauda (cauda de vaca segundo a crenças da Noruega, enquanto que para a Suécia têm cauda de vaca ou de raposa). Essas são as únicas coisas que as diferem de mulheres normais.

As huldras atraem homens para a floresta, a fim de serem convidados a ter relação sexual. Os homens que satisfazerem seu apetite sexual, serão recompensados, já os que não forem capaz serão mortos. Ás vezes sequestram bebês e colocam em seus lugares seus filhos, huldrebarn, entre os humanos.

A huldra é, muitas vezes, retratada como uma jovem especial da aldeia, vestindo roupas de camponeses, mas seu rosto parece mais atraente e luminoso do que as jovens ordinárias da aldeia. Utilizam seus longos cabelos para esconder o buraco em suas costas e a cauda se esconde dentro do vestido. Se a huldra se casar com um homem local, e a cerimônia ocorrer numa igreja, todos os luxos e a beleza que circunda seu corpo desaparecerão ao entrar no local ou ao tocar no sacerdote.

Se for traída, punirá qualquer um que machucá-la, como na história de Sigdal . A huldra iria se casar, seu futuro marido jurou, sob a condição de que não diria a ninguém, casar com ela. No entanto sua promessa foi quebrada e, como castigo, a huldra golpeou sua orelha usando a cauda fazendo com que ele perdesse a audição para o resto de sua vida.

Há uma história de uma huldra ser gentil com um mineiro, observando seu forno de carvão, enquanto ele descansava. Sabendo que ela iria acordá-lo se houvesse algum problema, ele poderia dormir tranquilamente, pois em troca deixava provisões para ela em um lugar especial.

Um conto de Närke, Suécia, ilustra ainda o quão boa uma huldra poderia ser, especialmente se tratada com respeito. Um menino em Tiveden foi pescar, mas não teve sorte. Em seguida, ele conheceu uma bela senhora, e ela era tão impressionante que ele sentiu que tinha de recuperar o fôlego. Mas, em seguida, ele percebeu quem era, porque ele podia ver um rabo de raposa saindo de baixo da saia. Como ele sabia que era proibido comentar sobre o rabo para a senhora da floresta, se isso não for feito da maneira mais educada, ele curvou-se profundamente e disse com a voz mais suave: "Milady, eu vejo que abaixo de sua saia mostra sua cauda." a senhora agradeceu-lhe graciosamente e escondeu sua cauda debaixo da saia dela, dizendo ao menino para pescar do outro lado do lago. Naquele dia, o menino teve grande sorte com a sua pesca e pegou um peixe cada vez que jogou a linha. Este foi o reconhecimento da huldra por sua polidez.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Lenda de Cailleach, a Velha do Inverno

“Escutem, viajantes... quando o vento sopra do norte e a geada se deita sobre os telhados, não é o frio que chega primeiro — é Ela. A Velha do Inverno desperta de seu sono de pedra, e o mundo volta a se curvar diante do tempo.” Entre as montanhas enevoadas da Escócia e as terras antigas da Irlanda, ecoa o nome de uma deusa esquecida pelos homens, mas lembrada pela terra: Cailleach, a Velha do Inverno. Dizem que ela nasceu quando o primeiro trovão ressoou sobre o mundo, moldada do gelo e da rocha. De cabelos brancos como a neve e olhos azuis como o céu de dezembro, Cailleach é a senhora do frio e do tempo, guardiã dos ciclos que fazem a vida florescer e murchar. Com um martelo de pedra em mãos, moldou montanhas, cavou vales e abriu fendas nas rochas. Cada golpe seu fazia o vento soprar e as tempestades nascerem. Mas seu poder não é de destruição — é de renovação. Ela encerra o verão para que o novo possa nascer, apaga o fogo para que outro seja aceso. Há quem diga que Cailleach é o espe...

Leshy - Guardião das Florestas

  “Nas profundezas onde o vento não chega, há um riso que se confunde com o som das folhas.  É o Leshy brincando com os que ousam entrar sem permissão...” Dizem que nas florestas antigas da Rússia e das terras bálticas habita uma entidade tão velha quanto as próprias árvores. Chamam-no Leshy, o Espírito da Floresta. Alto como um carvalho ou pequeno como um esquilo, o Leshy muda de forma conforme o humor ou a intenção. Pode ser um homem de barba verde, coberto de musgo e raízes, com olhos que brilham como se refletissem o próprio coração da mata. Outras vezes, é apenas um sopro, um rastro de riso entre as copas, um vulto que desaparece na névoa antes que alguém possa jurar tê-lo visto. Quem entra na floresta sem pedir licença pode ouvir passos que não são seus, sentir o vento guiar para o caminho errado, e de repente — a trilha se perde. O Leshy é conhecido por enganar os caçadores, confundir os viajantes e proteger as criaturas selvagens. Não o faz por maldade, mas por equilíb...

A Origem de Ymir e os Nove Mundos

  Primeiramente havia o caos, nada mais além disso. Três reinos coexistiam: Ginnungagap (o Vazio), Musspell (o Reino de Fogo) e Niflheim (a Terra da Neblina). Durante muitas eras assim foi, até que as névoas começaram a subir lentamente das profundezas do Niflheim e formaram no medonho abismo de Ginnungagap um gigantesco bloco de gelo. Por milhares de eras o grande bloco de gelo foi sendo derretido pelo calor escaldante que descia das alturas abomináveis do Musspell, revelando a figura de um gigante sob a camada espessa de gelo. Seu nome era Ymir, como o ar quente que descia de Musspell não cessava, ele começou a suar, tanto que o suor que lhe escorria copiosamente, uniu-se à água do gelo que brotava de seus poderosos membros. Dessa união, surgiram os primeiros seres vivos. Debaixo de seu braço surgiu um casal de gigantes, da união de suas pernas veio o terceiro gigante, chamado Thrudgelmir. Estes três foram os primeiros, mais tarde, Thrudgelmir geraria Bergelmir, que daria orige...