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O Labirinto do Fauno

Título no Brasil: O Labirinto do Fauno
Título Original: El Laberinto del Fauno
Ano: 2006
Gênero: Drama /  Terror / Fantasia
País de Origem: Espanha / México
Duração: 112 minutos
Direção: Guillermo del Toro
Site: panslabyrinth.co.uk






Espanha, 1994.

A guerra civil havia terminado. Escondidos nas montanhas, grupos armados seguem combatendo o novo regime fascista. Postos militares são criados para acabar com a resistência.

Há muito, muito tempo no reino subterrâneo, onde não existe a mentira ou a dor, vivia uma princesa que sonhava com o mundo dos humanos. Sonhava com o céu azul, a brisa suave e o brilhante sol.

Um dia, burlando toda a vigilância, a princesa escapou. Uma vez do lado de fora... O sol brilhante a cegou e apagou sua memória. Ela esqueceu quem era e de onde viera. Seu corpo sofria de frio, doença e dor. E ao correr dos anos, morreu. Entretanto seu pai, o Rei, sempre soube que a alma da princesa regressaria, talvez em outro corpo, em outro tempo, em outro lugar. E ele esperaria por ela, até seu último suspiro, até que o mundo parasse de girar.

Os livros já fazem parte de sua vida, Ofélia está indo para o campo. Já está crescidinha para estar ocupando sua mente com bobagens como contos de fadas. É o que sua mãe, Carmen, acha. Agora esposa do capitão, esperando uma criança em seu ventre.

Carmen está tendo uma gravidez difícil, está frágil, doutor Ferreiro prefere que não se esforce. Enquanto a criança, não há motivo para alarde. Ela não deveria ter viajado em um estado tão avançado da gravidez. Mas o capitão faz questão, um filho deve nascer onde seu pai estiver.

Embora seja seu padrasto, Ofélia não o vê como um pai, e não pode chamá-lo assim, mesmo sendo apenas uma palavra. Jamais, seu pai era um alfaiate, ele morreu na guerra.

Os guerrilheiros estão escondidos na floresta, porque é difícil rastreá-los lá. Esses desgraçados conhecem o terreno melhor que qualquer um de que se encontra ali. O jeito é bloquear todo o acesso à floresta. Comida, medicamentos… Guardar tudo. Bem aqui. E assim forçá-los a descer. Fazê-los irem aos militares. Irão montar mais três postos de vigilância.

Não há medo, um pouco, talvez. Que barulho seria esse? Apenas o vento. As noites daqui são diferentes das noites na cidade. Lá se ouve o barulho dos carros. Aqui as casa são velhas. Elas rangem. Quase como se estivessem falando.

Há muitos, muitos anos… num lugar muito longe e triste, havia uma enorme montanha feita de pedras escuras e ásperas. Ao cair da tarde, no topo dessa montanha, todas as noites uma rosa desabrochava e fazia de quem a pegasse imortal. Mas ninguém ousava chegar perto dela, porque seus espinhos estavam cheios de um veneno mortal. Os homens conversavam entre si sobre seu medo da morte,  e da dor, mas nunca sobre a promessa da imortalidade. Então todo dia a rosa desabrochava sem poder oferecer seus dons a ninguém. Esquecida e perdida no topo daquela montanha fria e escura, para sempre sozinha até o fim dos tempos.

Uma bela história que poderia ter uma continuação mais bela ainda, mas tem algo no quarto. Uma fada a guiando até o labirinto, mas isso seria apenas um amontoado de pedras que sempre esteve aí. Uma criatura a aguarda, não há motivo para ter medo. Mas este ser... Teve tantos nomes… Nomes velhos que apenas o vento e as árvores podem pronunciar. Ele é a montanha, a floresta e a terra. Este é… Este é um fauno. Seu mais humilde servo.

Ofélia é a princesa Moanna, filha do rei do mundo subterrâneo. Ela não nasceu de um homem, foi a lua que deu a luz à ela. A marca em seu ombro pode confirmar tudo. Seu pai verdadeiro os fez abrir portais no mundo todo para permitir sua volta. Este é o último deles. Mas é necessário ter certeza que sua essência está intacta, que ela não se tornou uma mortal. Agora precisa completar três tarefas antes da lua cheia. Esse é o livro das Encruzilhadas. Deve abrir quando estiver só, e ele mostrará o seu futuro, mostrará o que precisa ser feito.



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