Pular para o conteúdo principal

Kernunna


Kernunna é uma banda de Prog/Folk/Metal do conhecido multi-instrumentista Bruno Maia, o leprechaun mineiro. Com suas músicas inspiradas no folk irlandês, expulsou os ETs de Varginha, lá no sul de Minas, para agora ser dominada pelos duendes. Mas o caminho até chegar em Kernunna não foi curto, Maia já teve outras duas bandas, que foram essenciais para adquirir a experiência necessária a ser aplicada em sua nova banda.

Tuatha de Danann é uma banda muito querida pelos mineiros e que já tem uma boa estrada percorrida, sempre prezando a criação mediante a muito rigor, embora não transpareça isso. A banda teve início em 1995, podendo-se dizer ser um dos precursores do cenário folk metal nacional, que é um estilo do qual há poucas opções em nosso país. Não havia muitas referências na época, fazendo hoje do Tuatha de Danann a referência para outras bandas que vêm surgindo no Brasil e que estão trilhando o mesmo caminho, como Skadicsoul, de Jundiaí e o Lothoryen, de Machado.

Braia foi um projeto bem diferenciado de Maia, pois até então suas músicas eram cantadas em inglês e, com Braia teve a chance de produzir canções em português. Embora tenha sido uma fase importante onde pôde experimentar coisas novas, esse parece não ser o caminho que Maia pretendia tomar, mas hoje temos Kernunna.

Do Tuatha de Danann vieram dois amigos e parceiros com quem Maia toca há anos, o Rodrigo e o Edgard, que já sabia da qualidade que eles trariam. Na gaita de fole Alex Navar, um grande amigo e grande pesquisador da música irlandesa, integrante do Braia. Marco Diniz, que além de ter gravado o disco, entrou com lindas linhas vocais e na guitarra. Os violinos foram gravados pela Daiana Mazza, que tocou juntamente com Marcus Viana. E o Khadhu destruiu, um monstro musical, suas linhas de baixo são ótimas e saltam no disco inteiro. Kernunna foi formada em 2012, e conta com três vocalistas, o que dá um toque especial nas músicas, além de Bruno Maia, temos Marco Diniz que veio do Nerverknow, e o Khadhu vindo da banda Cartoon. A formação completa da banda fica da seguinte maneira:
  • Alex Navar - vocais, gaita de fole irlandesa.
  • Bruno Maia - vocais, violão, bandolim, boouzouki, banjo, guitarra havaiana, guitarra elétrica, flauta transversal, flautas irlandesas tin, low whistles, piano.
  • Marco Diniz - vocais, guitarra.
  • Edgard Britto - teclado.
  • Khadhu - baixo, gaita, violão, esraj (harpa indiana), cítara.
  • Rodrigo Abreu - bateria, percussão.
Convidados:
  • Rodrigo Berne - solo em Ricorso
  • Sandro Nogueira - solo em Ricorso
  • Clayton Prósperi - voz, piano e ceavo em Dreamer
  • Michel Leme - solo em The Keys to Given!
  • Raphael Castor - teclados em Snark
  • Daiana Mazza - violino
The Seim Anew é o debut realizado em 2013, um ano após a formação da banda. O nome é uma experimentação linguística das interrogações “The Same? A New?” do escritor irlandês Jame Joyce. As músicas "The Keys to Given!" e "Ricorso" também têm como referência a obra “Finnegans Wake” de James Joyce. Snark é a música da qual foi feita uma alusão ao poema “The Hunting of the Snark”, de Lewis Carrol, o mesmo que escreveu “Alice no Páis das Maravilhas”. A música que recebe o mesmo nome do álbum tem uma pegada indiana, e a música "Póg Mo Thóin" é pura festa, a música faz uma mistura de folk irlandês e música country num ritmo alucinante e com uma letra bem humorada.

Mesmo as músicas sendo cantadas em inglês, temos aqui duas delas referentes ao folclore nacional que não deixam a desejar. A música "Curupira’s Maze" baseada no mito do protetor das florestas e dos animais que engana as pessoas com as pegadas de seus pés invertidos. A outra música é "The Last of the Seven Ears" que refere-se ao justiceiro mineiro Januário Garcia, conhecido como o Sete Orelhas. Ele teve seu irmão morto por sete irmãos de uma outra família que o amarraram numa árvore e tiraram sua pele enquanto ainda estava vivo. Januário jurou vingança, foi no encalço dos assassinos, de cada um que ele matava, cortava uma orelha e colocava num colar.

Uma cambada de duendes malucos que enlouqueceram Varginha e se espalham cada vez mais, fazendo um excelente trabalho com tudo na dose certa, conquistando os ouvidos daqueles que são enfeitiçados por suas músicas.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Origem de Ymir e os Nove Mundos

  Primeiramente havia o caos, nada mais além disso. Três reinos coexistiam: Ginnungagap (o Vazio), Musspell (o Reino de Fogo) e Niflheim (a Terra da Neblina). Durante muitas eras assim foi, até que as névoas começaram a subir lentamente das profundezas do Niflheim e formaram no medonho abismo de Ginnungagap um gigantesco bloco de gelo. Por milhares de eras o grande bloco de gelo foi sendo derretido pelo calor escaldante que descia das alturas abomináveis do Musspell, revelando a figura de um gigante sob a camada espessa de gelo. Seu nome era Ymir, como o ar quente que descia de Musspell não cessava, ele começou a suar, tanto que o suor que lhe escorria copiosamente, uniu-se à água do gelo que brotava de seus poderosos membros. Dessa união, surgiram os primeiros seres vivos. Debaixo de seu braço surgiu um casal de gigantes, da união de suas pernas veio o terceiro gigante, chamado Thrudgelmir. Estes três foram os primeiros, mais tarde, Thrudgelmir geraria Bergelmir, que daria orige...

OMNIA

  OMNIA é um grupo amante da natureza, músicos Guerreiros da Terra que viajam o mundo, espalhando as suas canções para celebrar e adorar a vida, criatividade, natureza e a fantasia juntamente com o público de todas as idades e culturas. É a única banda de seu tipo no mundo de hoje. Como uma banda underground, self-made, descontroladamente bem sucedida eles ainda permanecem completamente livres e 100% independente de quaisquer influências externas corporativas. Como uma tribo rara de nativos indígenas em um canto esquecido da floresta, eles construíram sua própria e única música/gênero (Pagan Folk), sua própria reputação e um gigantesco público que os acompanham, sem qualquer apoio ou influência da grande indústria da música. O grupo é suportado exclusivamente pelas forças vivas da natureza e seu próprio exército crescente de fãs fiéis e admiradores em todo o mundo, não se tratando apenas de uma banda. OMNIA é um modo de vida, converter as pessoas para a causa da natureza, respeit...

Os Benandanti

  Membros de uma tradição folclórica do distrito de Friul, Itália, durante os séculos XVI e XVII. Os benandanti afirmavam viajar para fora de seus corpos enquanto dormiam para lutar contra as bruxas malévolas (malandanti) afim de garantir a proteção de sua comunidade e boas colheitas para a próxima temporada. Deixavam seus corpos na forma de camundongos, gatos, coelhos ou borboletas. Os homens relataram principalmente voar para as nuvens lutando contra bruxas para garantir a fertilidade de sua comunidade; as mulheres relataram com maior frequência participar de grandes festas. Nas quintas-feiras entre as têmporas, períodos de jejum da Igreja Católica, os benandanti afirmavam que seus espíritos saíam de seus corpos à noite e cavalgavam em vários animais para o céu e para lugares no campo. Aqui eles participavam de vários jogos e outras atividades com outros benandanti, os espíritos dos homens iam aos campos para combater as bruxas malvadas. Os homens benandanti lutavam com talos d...