O Titã que Roubou o Fogo dos Deuses
Nas montanhas silenciosas da antiga Tessália, o vento sopra como se ainda trouxesse o sussurro de um nome esquecido: Prometeu, o que prevê, o que ousou. Antes do homem, o mundo era um palco frio, iluminado apenas pelos caprichos dos deuses. As criaturas humanas rastejavam na sombra, presas à ignorância e ao medo, incapazes de dominar a natureza que as cercava. E foi então que o Titã, movido não pela rebeldia, mas pela compaixão, desceu do Olimpo e roubou o fogo sagrado de Hélio, escondendo-o dentro de um frágil caule de funcho.
A chama que ele entregou aos homens era mais do que calor — era consciência. O fogo de Prometeu iluminou o raciocínio, acendeu o engenho, e com ele nasceu o primeiro lampejo do saber. Mas o dom trouxe também a inquietude: o poder de criar, de sonhar… e de destruir.
Zeus, irado com tamanha insolência, ordenou que Prometeu fosse acorrentado ao monte Cáucaso, onde uma águia devoraria seu fígado todos os dias — e todas as noites ele renasceria, em um ciclo eterno de dor e resistência. Ainda assim, o Titã não se arrependeu. Pois em cada fogueira acesa, em cada centelha de pensamento humano, há algo dele — a lembrança de que o conhecimento é o mais divino dos riscos.
Na Taverna, Prometeu não é visto como um ladrão, mas como o primeiro alquimista, o portador do fogo interior que desperta a consciência. Seu mito nos recorda que há um preço em toda luz — e que crescer é aprender a suportar o peso do que se sabe.

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