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Sopro Noturno #1 - Larry MacDougall


Larry Macdougall cresceu perto do Escarpamento de Niagara que atravessa sua cidade natal de Hamilton, Ontário. Passou toda a sua vida a uma curta distância destas características inspirações geográficas. Seu tema favorito para a pintura é a fantasia e contos de fadas, contos populares tradicionais da Europa e Grã-Bretanha.

Alguns projetos de livros recentes incluem The Secret History of Giants, Eragon's Guide to Alagaesia e The Secret History of Hobgoblins para Templar Books no Reino Unido e Doubleday na América do Norte. MacDougall também ilustra mitologia inuit para a Inhabit Media no Canadá e está atualmente fazendo ilustrações para um conto de fadas irlandês chamado Lavender Blue and the Faeries of Galtee Wood.

Como a maioria das crianças, MacDougall desenhava assim que um lápis chegava em suas mãos, essa era uma extensão natural da brincadeira, desenhar e se divertir. Era inevitável que seria um artista, não havia mais nada que ele se interessa-se ou que mostrasse um talento, na escola quando chegou ao ponto de escolher o caminho a seguir e construir uma carreira, não havia outra coisa que ele quisesse fazer.

Na escola de arte gostava de tudo, história em quadrinhos, animação, ilustrações de livros. Onde quer que houvesse um desenho bacana acontecendo ele estava lá. MacDougall não tinha um plano. No início, seu único plano era melhorar seus desenhos e, veja só o que aconteceu, logo após a escola de arte, foi trabalhar em uma loja de quadrinhos em Toronto, conheceu um monte de gente grande e estabeleceu suas primeiras conexões de negócios.

Há muitos artistas que o trazem inspiração e o influencia, alguns dos mais importantes são:

Brian Froud
Primeiro, encontrou em um conto de fadas a arte de Brian Froud e adorou instantaneamente. Então se deparou com seu primeiro artbook, The Land of Froud, e adorou muito mais. A arte do livro era, e talvez ainda seja tudo o que MacDougall sempre quis ser ou fazer como artista. Os desenhos e pinturas de criaturas, trolls, donzelas e bruxas, para não mencionar as árvores e rochas, o mundo descrito por Froud se comunica com MacDougall. The Land of Froud ainda é seu artbook favorito. Ainda possui sua cópia, velha, gasta e com a lombada rachada, o que faz parecer mais precioso e especial. Então The Dark Crystal saiu acompanhado de um livro, da mesma forma que Labyrinth.

Jeff Jones
Jeff Jones é outro artista a partir dos anos de 1970, muito admirado por MacDougall. Naquela época seus desenhos e pinturas a óleo foram vistos por muitos para ser o que todos aspiravam. Se você desenha tão bem quanto Jeff Jones, realmente não foi muito longe do que poderia ir, e como Brian Froud ele parecia ser capaz de descrever sua imaginação sem esforço para o espectador. Ele também tinha uma sensibilidade bastante original em seu design que é admirável.

Estúdio Disney
MacDougall realmente ama os primeiros filmes da Disney - O Velho Moinho, Branca de Neve e Pinóquio. O estilo, a arte e o design que foi feito para criar a aparência daqueles filmes antigos ainda é muito inspirador. Seu favorito é Pinóquio, a extensa quantidade de trabalho de design que eles fizeram para projetar sua aldeia é incrível. Muito disso por Gustaf Tenggren, mas é claro que haviam outros. Eles entraram em grandes detalhes para projetar as lojas e casas, as molduras das portas, os peitoris, as caixas de flores e os telhados. Por alguma razão, MacDougall realmente se sente conectado com isso e até hoje o faz amar desenhos estranhos, pequenas casas e estruturas tortas.

Sua primeira apresentação foi um trabalho de animação, onde estava desenhando layouts para o filme "Care Bear". O estúdio precisava de um monte de gente nova, alguns de seus amigos de animação já estavam lá e o chamaram para se juntar a equipe. A Publicação de seu primeiro trabalho veio alguns anos depois pela Steve Jackson Games em Austin Texas. Eles estavam fazendo um RPG e precisavam de ilustradores para os livros e suplementos. Novamente foi através de um amigo que conhecia algumas pessoas lá. Os seus primeiros e melhores contatos serão sempre seus amigos.

MacDougall não possui um plano de carreira, sempre faz o que aparecer, o importante é ter contatos, assim trabalho não falta. Há pessoas na qual você morre de vontade de trabalhar, mas não dá certo, não existe uma química. Em contrapartida coisas incríveis que você não imaginaria caírão no seu colo, existem pessoas muito determinadas que chegam no nada, numa fase baixa de suas vidas até que conseguem o que elas querem, esse não foi o seu caso, nunca teve essa visão singular de precisar ver o inferno ou a inundação.

Seus primeiros trabalhos sendo publicados, ver a versão impressa circulando na mão de todos lhe deixou animado, mas logo em seguida vinha rapidamente um sentimento de decepção, ao olhar as páginas impressas e identificar todos os erros e coisas que gostaria de mudar e, pensar que todos que olham para o seu trabalho vê o que você vê. Obviamente eles não estão tendo esse olhar crítico, mas você pensa que estão.

Witching Hour (seu livro de artes) foi uma daquelas coisas que simplesmente caiu no seu colo. Não era o tipo de coisa que você tenta para se promover, era um projeto privado do qual um diretor de arte da Cartouche Press passou a ter um brilho no olhos após ver seu trabalho com games. Um dia enviou-lhe um e-mail dizendo "Nós gostaríamos de fazer um livro de arte com você". Ele fez vários outros livros, foi um evento completamente aleatório. Não há planos de fazer um Witching Hour 2.

Witching Hour não é o livro que MacDougall estivesse esperando. Mais tarde conheceu o diretor de artes em uma convenção e ele o mostrou alguns dos livros de artes que tinha feito, suas páginas estavam cheias delas e haviam muitas, muitas imagens nos outros livros, pareciam fabulosas. Com isso em mente, digitalizava e entregava muitos de seus desenhos esperando que os editores usassem, mas não usaram. Witching Hour tem um monte de espaço em branco, faltando muitas das melhores imagens que ele enviou. Por um lado o deixou desiludido, decepcionado, mas, por outro lado, se sente feliz pelo livro ter sido concluído e publicado. Houveram meses de atraso para que fosse publicado, pensou que não sairia, foi uma batalha para terminá-lo. Quando tudo estava pronto eles o pagaram e agora possui um livro com suas artes publicado, não tem o que reclamar, nada mal para um evento aleatório.

Ao Pintar, MacDougall tende a usar principalmente aquarela e guache. Começa com aquarela e continua com aquarela ou em algum momento decide continuar o restante do caminho com guache. Não se dá bem com a pintura digital, mas, ocasionalmente usa o Photoshop para dar uns toques finais em uma pintura comercial ou adicionar tons ao desenho. Gosta de Photoshop, mas não usa tanto quanto gostaria, uma vez ou outra.

Não possui um método para se completar uma pintura, mas suas diversas abordagens são bastante semelhantes, vamos ver uma de suas abordagens, onde as outras variações tendem a esta. Uma vez que o desenho está pronto no papel próprio para aquarela. MacDougall usa a aquarela para obter uma indicação rápida de onde as cores vão, verde para as árvores, azul para as sombras, amarelo para a luz do sol, etc... Isto não leva muito tempo, cerca de meia hora no máximo. Agora sabe por onde está indo, o próximo passo é trabalhar no ponto focal, saindo de lá até chegar ao acabamento, mas também deixando as coisas mais soltas e livres longe das áreas de interesse. Sua preferência é trabalhar de imediato no ponto focal, por achar essa área mais divertida e, normalmente, consegue ver em sua mente como aquela imagem deve ser, tentando assim chegar em seu resultado logo de cara. Depois disso pode relaxar e pintar todo o resto, ajustando e mantendo as coisas funcionando deixando a pintura mais uniforme. A última coisa, muitas vezes, é fazer alguns retoques finais com o lápis de cor para adicionar um pouco de textura ou uma tonalidade diferente.

Faz seu melhor para não utilizar referência de fotos. Ocasionalmente precisa para animais ou insetos que não está familiarizado. Se sabe que vai precisar desenhar um cavalo ou um tigre naquele dia, então vai aquecer desenhando cavalos e tigre com referências para se familiarizar com suas formas. Então quando chega o momento de efetivamente fazer seu desenho, não necessita ficar preso a referências para terminá-lo. Seu estilo não depende de ser capaz de desenhar o cavalo ou o tigre mais realista e perfeito. O mundo que cria vem de sua cabeça, recebeu sua formação em uma escola de animação, onde lhe foi ensinado como desenhar, criar e fazer o próprio design. Aprendeu como desenhar e pensar estruturalmente e, como usar a anatomia para desenhar figuras de sua mente. Essa é a abordagem de que mais gosta e os artistas que mais respeita parecem acreditar nisso também. Os mundos que John Bauer, Arthur Rackham e Frank Frazetta, dos quais as suas criações não podem ser vistas em fotografias. Os mestres podem tirar de suas cabeças o que imaginam. Heinrich Kley, NC Wyeth, Ronald Searle, todos eles fazem isso, e MacDougall aspira isso.

MacDougall é uma pessoa da manhã, fazer seu trabalho é a primeira coisa em seu dia. Gosta de acordar cedo e trabalhar até o almoço. Se não há nada pressionando, aproveita a tarde para obter um material criativo, soltar a imaginação. Em seguida, provavelmente, volta a trabalhar por mais uma ou duas horas após o jantar antes de se aterrar em frente à TV.

Adoraria trabalhar em um filme como The Dark Crystal ou MirrorMask. Ser membro de uma grande equipe de arte e design, um mundo de fantasia de cima a baixo. MacDougall mergulha o dedo do pé na indústria do cinema de vez em quando, mas realmente gostaria de mergulhar e entrar de cabeça num bom projeto. Ou jogos de video game.

Algumas ideias de histórias habitam a mente de MacDougall, mas elas tendem a assumir a forma de documentários ou reportagens , ao invés de ficção narrativa. Isso parece vir de muitos dos canais que costuma assistir, como History e Discovery.

"Meu único conselho para os artistas mais jovens é para aprender a desenhar tão bem quanto possível. Depois disso, todo mundo é diferente e terá que encontrar seu próprio caminho." - Larry MacDougall

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